Eu proponho que nesta Páscoa aprendamos finalmente a ser realistas. Chega de enganarmo-nos a nós mesmos com religião e religiosidade. Eu proponho que nesta Páscoa comecemos a dar lugar à realidade. Foi exatamente isto que Jesus Cristo fez! Ele acolhia as pessoas como elas eram e não como “deveriam ser”. Todos recebiam dele a mesma atenção: jovens encolerizados, mendigos, cegos, políticos orgulhosos, caminhantes da vida desregrada, as vítimas do demonismo, sujas e nuas, e pais aflitos. Todos ficavam como que extasiados pela Sua palavra. Embora Ele pudesse tê-los “destruído” com seu conhecimento e autoridade, ele deliberadamente permaneceu no mesmo nível que eles. Jesus era a própria essência da realidade! E ainda o é!

Fomos nós, e não Ele, que tiramos a cruz da posição certa que ocupava. Somos nós que damos a impressão de que ela está restrita aos sofisticados e enclausurados corredores de uma catedral, ou que deve ficar sempre sob as luzes suaves de um vitral, e entre frias estátuas de mármore. Alguém com muita propriedade escreveu:

Simplesmente proponho que a cruz seja erguida de novo
no centro de um mercado,
bem como nas torres da igreja.

Estou invocando o fato de que
Jesus não foi crucificado numa catedral
entre duas velas.

Mas numa cruz, entre dois ladrões,
na boca do lixo da cidade,
numa encruzilhada política tão cosmopolita
que tiveram que escrever o título dele
em hebraico, latim e grego …

E num lugar onde os cínicos soltam suas obscenidades,
e os ladrões praguejam, e soldados jogam.

E como foi ali que ele morreu,
e foi por causa disso que ele morreu,
é ali que os discípulos de Cristo devem estar,
e é por ali que a igreja deve estar.

Durante este período em que nos lembramos de forma especial da morte e ressurreição de Cristo vamos ser sinceros com Deus e conosco mesmos? Vamos reconhecer nossos erros e pedir o perdão de Deus.

“Porém ele estava sofrendo por causa dos nossos pecados, estava sendo castigado por causa das nossas maldades. Nós somos curados pelo castigo que ele sofreu, somos sarados pelos ferimentos que ele recebeu … Ele levou a culpa dos pecados de muitos e orou pedindo que eles fossem perdoados.”

Vamos pedir que este perdão produza em nós uma alegria tão grande que nos faça viver uma vida de realidade!

Deus nos aceita através do Seu filho Jesus Cristo, nos aceita como somos para nos mostrar como é possível viver realmente!